Embaixador de Israel justifica ação contra Irã como ‘necessária’ e ‘preventiva’
Em entrevista à Jovem Pan News, Daniel Zonshine disse que programa nuclear iraniano é problema para todo o mundo e considerou que ataque israelense pode ter evitado uma crise de proporções globais

Em entrevista à Jovem Pan News, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, manifestou grande preocupação com a escalada do conflito com o Irã. Ele justificou a recente operação militar israelense como uma resposta “quase de último momento” e necessária, diante das constantes ameaças e do avanço do programa nuclear iraniano. Zonshine também comentou sobre o funcionamento da embaixada, o apoio a brasileiros na região e avaliou o posicionamento do governo brasileiro diante da crise.
O embaixador afirmou que o Irã costuma fazer declarações sobre “a necessidade de destruir Israel e os Estados Unidos”, o que, segundo ele, contribui para justificar o ataque israelense a Teerã na noite de sexta-feira (13). Ele também mencionou o avanço do programa nuclear iraniano, que já alcançou o enriquecimento de urânio a 60% — um nível que, segundo Israel, não tem uso civil e representa risco de proliferação de armas nucleares.
Zonshine disse que a operação teve amplo apoio da população israelense, com o país “unido” em torno do governo e das forças armadas. A ação atingiu parte da infraestrutura nuclear iraniana e resultou na morte de alguns líderes militares ligados ao projeto. Para o embaixador, a resposta de Tel Aviv pode ter evitado — ou ao menos adiado — uma crise de proporções globais. Ele classificou o regime iraniano como “extremista e religioso” e afirmou que, aliado a um programa nuclear avançado, representa “um perigo para o mundo inteiro”.
“O problema não fica no Oriente Médio. Fizemos um tipo de serviço para o mundo. O regime iraniano é religioso e extremo, e esta combinação de regime desta natureza com uma bomba nuclear é um perigo para o mundo todo. Então, através desta operação, evitamos ou adiamos um problema maior para o mundo todo”, declarou o diplomata.
Funcionamento da embaixada e apoio a brasileiros
Questionado sobre o funcionamento da embaixada de Israel no Brasil em meio à crise, Zonshine explicou que a missão diplomática segue ativa, embora com operações reavaliadas diariamente conforme a evolução do cenário de segurança. Ele afirmou que uma das prioridades tem sido apoiar as delegações brasileiras que estavam em Israel no retorno seguro ao país. Ao menos 41 autoridades municipais ou estaduais do Brasil estão em Tel Aviv.
Relação com o governo brasileiro
Ao comentar a posição do governo brasileiro — que condenou o primeiro ataque de Israel ao Irã e expressou preocupação com a escalada do conflito —, Zonshine reconheceu haver uma “diferença de opiniões” entre os dois países. Segundo ele, essa divergência está ligada, principalmente, à forma como cada nação enxerga o risco representado pelo programa nuclear iraniano. “Há diferença de estar lá no Oriente Médio como alvo potencial deste projeto [nuclear] e a situação de outros países.”
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